domingo, 29 de junho de 2014

Odeio John Mayer

          Como qualquer pessoa na face da terra, da galáxia, do universo, eu gosto de música. Faço parte de um seleto grupo de sonhadores e estudantes que tem como objetivo viver financeiramente, profissionalmente e por que não emocionalmente disso. Como todo aspirante musical, tenho meus ídolos, alguns mortos, mas outros ainda vivos. Por um momento, foquemos nos vivos. Sempre que vejo eles tocando em shows abarrotados de fãs enlouquecidos gritando seus nomes, cantando suas canções e vibrando, me sinto mal. Muitas pessoas vêem isso como um puta incentivo, já eu me sinto péssimo e vou explicar porquê. Tenho um ídolo em particular, seu nome é John Mayer, que na minha opinião é um dos maiores guitarristas e compositores que eu já ouvi. Na minha opinião ele é simplesmente fantástico! Ele possui a habilidade com o instrumento invejada por muitos e adorada por muitos mais. Sua sensibilidade com as palavras já fizeram muitos marmanjos chorarem ( Não, eu nunca chorei ouvindo música), assim como seu sorriso já fez muitas mulheres se apaixonarem como adolescentes na puberdade. Ele é o artista perfeito em todos os quesitos! Como adorá-lo sem invejá-lo? eis a questão. Esses dois sentimentos continuam a se conflitar em meu lóbulo frontal cerebral. As vezes quando estou praticando no violão e me atrapalhando nas escalas mais simples que parecem nunca encaixar em meus dedos desengonçados, cantando uma música e desafinando grosseiramente ou comprando cordas novas pra meu violão Giannini de 400 reais, paro um pouco e olho para aquele cara. O cara que possui as técnicas instrumentais impecáveis que eu gostaria de ter, que possui aquela voz suave mas ao mesmo tempo imponente que eu gostaria de ter, que possui os instrumentos feitos pelos melhores luthiers do mundo que eu gostaria de ter, que possui a vida, sim, a vida que eu gostaria de ter. Como não invejar esse filho da puta, mas ao mesmo tempo utilizá-lo como uma puta referência?! Pensando comigo mesmo, acredito que certas pessoas nascem destinadas pra alguma coisa, de fato. Nascem com aquela facilidade tão grande em executar certas coisas, que até dão nomes a isso. Muitos chamam de Dom divino, outros chamam de  talento e alguns chamam de dádiva. Algo tão especial, tão único, que merece um nome.   

Enquanto isso, outras pessoas simplesmente nascem. Nascem pra sonhar. Até não poderem mais.




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